Imagine isto: está a nadar ao longo de uma enorme parede nas Caraibas; a água é de um azul cristalino, acima e abaixo de si, enquanto se desloca à deriva numa suave corrente. Está calmamente a observar a grande variedade de corais e vida marinha na parede e, de quando a quando, muda de cenário, prescutando o abismo abaixo para ver se algum tubarão passa a nadar no azul.
Soa a um grande mergulho, não é?
Bem, esquecemo-nos de mencionar que este era o segundo mergulho do dia, e que na última vez que olhou para o computador notou que o Limite Não Descompressivo (NDL) era 8 minutos e a profundidade era 27m. Pensou para si mesmo, “só mais um minuto ou dois” e vou começar a subir a parede e fazer um belo mergulho multinível.
Após o que pareceu ser breves momentos, olha de novo para o computador e o ecrã está apagado. Dá-lhe um toque com os nós dos dedos na esperança de que se ligue de novo ou talvez aconteça um milagre, mas tudo o que vê é um ecrã negro, sem vida, sem informação.
A verdade atinge-o. O computador acabou de morrer, está a 27m (ou pensa que está), é o seu segundo mergulho do dia, e estava a atingir o seu NDL. E agora?
Primeiro, é necessário notar que isto não é uma emergência mas apenas uma inconveniência. Veja a pressão da sua garrafa para verificar o status do principal recurso que tem, que é a quantidade de gás que tem para respirar. Verifica que tem uma ampla quantidade, e isso é bom! Agora pode calmamente encontrar uma solução.
Devemos notar que o seu computador de mergulho é uma peça de equipamento necessária (não diferente da máscara ou barbatanas nesse sentido), sendo importante compreender que, se falhar, o mergulho está terminado, ponto final. Sem perguntas.
Faça sinal ao seu parceiro ou à equipa, calmamente, para dar por findo o mergulho fazendo o sinal de “subir” com o polegar bem espetado para cima. Aponte para o computador para que percebam que está inoperacional, e iniciem juntos a subida para águas menos profundas. O seu parceiro dispõe de um recurso que voçê não tem – uma forma de monitorizar a velocidade de subida e a profundidade, mantenha-se pois junto a ele.
Manterem-se juntos ajudará a assegurar que farão uma subida controlada até aos 6 m. Uma vez a 6 m, é aconselhável fazer uma paragem de segurança mais comprida, desde que a reserva de gases o permita, pois que pode não ter a certeza de não ter ultrapassado o NDL. Após chegar á superfície, diga á tripulação do barco, se for o caso, o que aconteceu. Eles poderão sugerir que não faça o mergulho seguinte e descanse o resto do dia.
Como poderemos então evitar que isto se repita?
Seja proactivo em vez de reactivo. Durante as verificações pré-mergulho (ABCDE), lembre-se que o “C” significa computador. Quando estiver a verificar o seu computador antes do mergulho, certifique-se que este está ligado, configurado para a mistura correcta e que tem suficiente bateria para o mergulho a fazer. Se não, corrija. Se o computador usa pilhas, tenha sempre á mão pilhas novas para substituir, para nunca se sentir tentado a levar ao limite baterias usadas
Expanda a sua caixa de ferramentas incluindo um relógio e um profundímetro, ou um segundo computador de mergulho, isto permitirá monitorizar a profundidade e o tempo como backup do seu computador principal. Poderá ainda incluir umas tabelas de mergulho – dive tables – no bolso do colete, para consulta durante o mergulho no caso de necessidade. Se estiver a usar nitrox, isso adicionará um pouco de conservadorismo ao seu mergulho.
Lembre-se, se o seu computador falhar fique calmo.. Não é uma emergência. É um inconveniência. Ser proactivo em vez de reactivo, reduzirá a possibilidade de isto acontecer em futuros mergulhos. Para mais informação ou opções sobre computadores, contacte o centro de mergulho SDI mais perto de si.
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